4/30/2006

Razão de existir I

"Provavelmente o amor - o motivo do qual existimos", sentenciou o locutor da SIC no fim do Notting Hill, filme light da tarde de domingo. Devia estar confuso, porque além de ter construído mal a frase, o tom foi leviano de tão leve. Como se dissesse: "Diz que amanhã chove".

4/27/2006

Amigos

Grata por me terem devolvido o colectivo Leões de Tolstoi. Vamos continuar. Juntos venceremos.

*J.: evita por favor os posters de mulheres semi-nuas. Obrigados por seres quem és - bem hajas.

Eu, Caustico

Enfim eu considero-me um pouco assim embora não tanto como a soda...Mas ferir susceptibilidades e sensibilidades politicamente correctas parece-me ser uma das coisas mais interessantes que existe.

Mas vou muito á bola com a minha parceira de blog:P e até acho que ela própria seja um pouco caustica, na sua maneira muito própria!

Beijos M. ;)

A propósito de consciência existencialista

Podia chamar-lhe: um estoicismo existencialista. E do fundo do mar de conceitos que nos gere a vida, emergir esta evidência que é tudo – EU. Eu Sou. Concentrar-me apenas na condição de Ser, existir existir, sem emoções. Dar valor à vida como raiz de tudo o resto – No início era a Vida.
Ser autista na minha felicidade de Ser Pensante, divergir de Descartes e expor o erro do filósofo: a inversão para Existo – logo Penso. Ó Descartes... Como é que tu não pensaste nisto.

4/26/2006

Acho-os azedos, é isso

Descobri que não aprecio («não vou à bola», «não vou lá» com) pessoas caústicas - só a palavra já me magoa. E eles - esses caústicos - têm necessidade de ferir a susceptibilidade do mundo. A minha consciência existencialista diz-me que não há necessidade disso.

4/20/2006

A ata da tua ausência

Ele era assíduo. Escrevia sempre, muito e bem, textos que encantavam. Fazia como ninguém a crítica da personalidade. Uma vez prometeu tornar a escrever sobre mim - «mãozinha» para o auto-conhecimento, os outros como espelho da nossa imagem. Estávamos sob a atmosfera muito própria do Napron, sofríamos ao som de Cure, "aquela nostalgia do que não vivemos", dissera ele de uma vez em que o rádio tocava Morrissey.
Tomado pelo C.N.L.P., nunca mais ninguém o viu pela blogosfera. Agora é a minha vez de me queixar: quando é que volto a ler-te, amigo B.?

4/12/2006

Verdade

Não é boato: foi o mais sábio dos homens que disse que a paixão é apenas a ilusão de que uma pessoa é completamente diferente de todas as outras.

4/05/2006

Por outro lado

Não consigo não me compadecer da torcida angustiada de um país inteiro pelo seu clube. Não quero a infelicidade de Portugal. Até porque, se o Benfica ganhar hoje, amanhã os portugueses trabalham melhor.
Poderia dissertar sobre quão arrepiante é a nossa mediocridade. Mas não. Afinal, alguma coisa tem de dar sentido à vida. Alguma coisa tem de ajudar os portugueses a saírem da cama de manhã. Se não houvesse futebol, aposto que seríamos um povo depressivo. A turma do Xanax. Mas vendo as coisas por este prisma: se ninguém saísse da cama ninguém trabalhava – e afinal: não é disso que o nosso povo se queixa?

4/02/2006

Esta mania de "um ano depois"

O Papa. Dão-no-lo como um anjo, que se denuncia logo no hábito branco que parece levantar voo à mínima rajada de vento. Mostram o seu percurso desde a consagração como supra-sumo do mundo religioso até à morte. O que (me) arrepia não é o que ele fez pela Humanidade. O que assusta é a forma como nos evidenciam o seu nascimento, crescimento e declínio, como o resumo de uma vida. E aquele que devia ser sobrenatural tombou como os outros. Isso é que nos faz sentirmo-nos ridiculamente pequenos.