Os Leões de Tolstoi
Não sabemos muito bem como nascemos, nós, os Leões de Tolstoi. Nascemos numa mesa do bar da faculdade. Voltamos a nascer durante as noites que fazíamos quentes de um Inverno gelado no Bairro Alto. Mas também nascemos em Salvador da Bahia. No Morro de São Paulo e por aí. E nascemos hoje, embora já tivéssemos nascido há muito. Conhecemo-nos há cinco anos, quando começamos o curso, mas nascemos Leões só quando o acabamos. Partilhámos noites, livros, conversas e cigarros. Dividimos angústias pequenas, risos intensos, bebedeiras apoteóticas. Somos os Leões de Tolstoi. “Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira.” Talvez o nosso mal seja esse: passamos pelo bosque e vemos tudo, menos a lenha para a fogueira. Mas, para o bem e para o mal, seremos assim: Leões de Tolstoi.
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