6/14/2005

Certos e determinados dizeres de redacção

Há um costume aqui na redacção que dá cabo de mim. É um tique de linguagem generalizado, juntamente com o «opá» - "opá, não há mails, caraças?!", dizia certa vez a editora mais glamourosa do jornal -, que surge recorrentemente no processo de interacção dos habitantes sui generis deste espaço. Posso até juntar os dois dizeres, para formar uma frase completa ilustrativa. Mais ou menos assim: «opá. Desculpa lá». Começam de se me eriçar os pelinhos dos braços, por aí acima, até ficar toda arrepiada. Tenho vontade de iniciar uma valente chinfrineira, como quem diz... "Opá. Não gosto que se me dirijam em modos de 'desculpa lá', caraças! Olha a porra, hem!?".
O «desculpa lá» é um conjunto de dois termos gramaticais que me transmite uma impressão mista de classe média baixa e benevolência piedosa. Nos difíceis primeiros dias de «selva redaccionária» cheguei a entrar em pânico. Em boa hora percebi que era prática comum por estes lados.