12/14/2005

A lei natural das coisas

Choca-me a descontinuidade dos sentimentos. Há uma incoerência gritante nas relações humanas.
De repente encontramos um objecto do passado - uma dedicatória, uma fotografia, um cd, o que seja. Damos de caras com ele.
É real, está à nossa frente, podemos tocar-lhe. Só que já não tem razão de ser. É vazio de sentido, diz respeito a um sentimento que se desvaneceu no tempo.
Revolta-me que a realidade de certos objectos, a sua existência concreta, contrarie ou seja contrariada por situações, pessoas ou sentimentos que morreram no tempo (por muito que na altura os achássemos eternos). Confunde-me que o objecto me diga uma coisa e a realidade me mostre outra.
Uma fotografia. E nós: "ah, estávamos tão apaixonados..." Mas ali estamos! Estão duas pessoas apaixonadas na imagem, porque não dizer que sim - estão apaixonadas?
Que mórbido feitiço será este que nos atrai uns para os outros para depois nos separar?
Será que deixamos mesmo de amar aqueles por quem nos apaixonámos ontem? Que injusto, pá.

2 Comments:

Blogger Joao said...

Eu por acaso não sou assim. Sou de gostos adquiridos.

Se gostei de algo, fico a gostar...não me passa facilmente! A não ser que me dêem um pontapé bem forte...

4:11 da tarde  
Blogger Meio Limão said...

Mén...tu não me escrevas estas coisas...não podia ser mais assim... e o mal que isso nos faz às vezes, hein?..

6:29 da tarde  

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