12/03/2005


Ir à praia era um ato político. Ver o pôr-do-sol era um comício. A felicidade não teria fim e a tristeza, sim. No entanto, não éramos políticos de traços duros, de luta, panfletos e fábricas; era uma política-poética, soft, romântica. As casas viviam de portas abertas, onde se fazia música pela madrugada, onde se discutia literatura e revolução, época querida quando as namoradas começaram a "dar". Sexo era política. Eu me lembro de dizer a uma namorada que nosso amor era uma forma de luta contra o imperialismo.
Arnaldo Jabor