Um post para o Dia das Mulheres
Gosto de ouvir conversas alheias, obviamente de pessoas que não conheço. Defeito profissional? A ética não condena essa forma de distração. Especialmente quando se espera há mais de duas horas no Aeroporto de Lisboa. Na mesa a seguir à minha, três espanholas quarentonas conversam espanholamente. O difícil era não ouvir a conversa. Pois bem: diziam as bem-postas espanholas, com aquele aprumo madrileno um pouco new rich, que os homens agora eram obrigados a fazer melhor sexo, que elas - pelo menos aquelas bem postas madrilenas - já não aceitavam qualquer um nos seus lençóis caros. Até aí tudo bem, típica conversa fiada de 8 de Março. O meu espanto só começou quando uma delas resolveu contar que estava muito satisfeita com o seu vibrador - que dominava por "el maquinón" - e era um modelo novo que comprara na Califórnia. As outras assentiram, com ar entendido, como quem diz "infelizmente os vibradores espanhóis estão muito aquém dos americanos". E a conversa ficou por ali, como quem debate as descidas da bolsa, a última OPV de uma multinacional ou a valorização do Euro face ao Dollar. Afinal, para que serve o Dia da Mulher?
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