4/28/2005

Resposta

Não, Lameira, a Igreja não tem o reduzido poder que tu lhe conferes. O mundo não é só a cidade, o acesso à cultura que tu conheces, os jornais que lês, os livros que compras, as pessoas com quem discutes o que não compreendes. Também existe, neste mundo do qual falo, milhões de pessoas que vão à missa todos os dias, que rezam com devoção, que abrem a porta de casa ao padre, que lêem a Bíblia, que pagam promessas, que vão de joelhos por Fátima. Não reduzas essas pessoas a um grupo de excêntricos. Em suma, és etnocêntrico quando pretendes dizer que, hoje, a Igreja não influencia.

4 Comments:

Blogger Joana said...

Se o gajo de São Colares de Pulga fizesse o que o padre da paróquia lhe manda, teria relações apenas com o propósito de procriar e, como tal, não precisava de preservativo. O que a mim me irrita, é que a população de São Colares de Pulga caga para o Padre na hora de ir às putas mas segue todos os dogmas quando é para dormir com a mulher. Agora diz-me se o cínico é o padre...

10:33 da manhã  
Blogger Bruno Braz said...

Joana,

Eu quero lá saber do padre! O Padre diz o que o Vaticano lhe manda dizer. Digo, e repito, é que a Igreja como instituição faz campanha pelo não uso do preservativo. E não acho isso bem. Porque:

1. Num continente como Àfrica, com milhões de pessoas infectadas pelo HIV, isso está profundamente errado.

2. A Igreja faz do preservativo um dogma quando devia olhar em volta para o que se passa e dizer "pois, talvez seja melhor usarem o prservativo". Digo mais: talvez aprecisasse mais a Instituição se visse padres a distribuirem preservativos. Desculpa se te choca, mas é a minha opinião!

3. Talvez assim eu comprendesse muito melhor o que a Igreja diz quando advoga o princípio da Vida.

4. Compreendo muito bem quando me dizes que só segue quem quer. Mas se todo o mundo tem de se adaptar à realidade abdicando de certas coisas porque razão a Igreja não pode fazer campanha por uma coisa que vai beneficiar a vida de milhões de cristãos? Explica-me lá porque, por mais que me esforce, não consigo entender.

8:10 da tarde  
Blogger João Lameira said...

O meu point não é esse. Não digo que a Igreja já não tem influência. Digo, sim, que há, hoje, total liberdade de cada qual escolher a sua via. Não há imposição alguma. A Igreja tem a importância que cada um lhe dá. Não acho isso mau.

5:53 da tarde  
Blogger Joana said...

Tou a ver que a discussão dura...

1. Em África a maioria das populações não são católicas. O que acontece é que as equipas humanitárias que por lá andam são. E como é óbvio não andam a distribuir preservativos. O que devia era haver accções humanitárias laicas, mas para isso ninguém se mexe...

2.O preservativo não é um dogma. Aliás nunca ninguém será excomungado por usar preservativos;

3. A Igreja advoga o principio da Vida, mas também é anti-promiscuidade;

4. Quando tu dizes que beneficia a vida de milhões de católicos, estás a porte na cabeça deles e isso é perigoso. A verdade é que, de certa forma, eles gostam desse conservadorismo. Como diz o Lameira eles são livres para fazerem o que quiserem (que é aliás o que a Biblia defende: o livre arbítrio).

10:19 da manhã  

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