6/15/2005

O diário das meninas que estudam como se não houvesse amanhã

Na sexta-feira começam os exames do 12º ano. Duas rapariguinhas dos seus 17-18 anos têm publicado diariamente no PÚBLICO, enviando textos inflamados que querem traduzir o seu estado de espírito nos dias que antecedem os grandecíssimos papões que são as provas nacionais.
Escrevem como se fossem prisioneiras da vida e do saber, como se o ardente asfalto primaveril lhes queimasse os pézinhos e os raios de sol lhes dessem cabo das pestanas dos olhos, só preocupadas em absorver as matérias sobre as quais se debruçam 24 sobre 24. Os excertos destas piquenas transmitem-me nostalgia, ao mesmo tempo que a sua ingenuidade intelectual me confrange ligeiramente.
Inveja. Quem me dera estar agora a estudar para os exames nacionais. Entre Pessoa e Cesário, Platão e Wittgenstein, eu seria uma menina bem feliz. Mas a Joana e a Francisca só vão perceber isso daqui a uns aninhos.