7/05/2005

Quem tem medo dos chineses?

Nada tenho contra os chineses e indianos que acharam que era neste país que estava o seu futuro. Aliás, até acho bem feito terem vindo. Por várias razões. Primeiro, são responsáveis pelas saídas da minha avó que, de estar farta do comércio tradicional, quase não saía de casa. Agora, farta-se de andar e de comprar coisas inúteis. (Sempre tive um fetiche por coisas inúteis.) Ele é bases para o incenso, mesmo que cá em casa ninguém o queime; ele é porta-CD’s do Homem Aranha, mesmo que cá em casa ninguém ande com os discos de um lado para o outro; ele é champô especial para ter cabelo de rato como os chineses, ainda que cá em casa ninguém tenha alguma vez manifestado desejo nesse sentido. Depois, há outra questão, um pouco mais séria. A vaga dos chineses só veio substituir mediaticamente a invasión espanhola. E quem grita contra o mercado livre são sempre os mesmos: os que não se souberam modernizar, os que vivem à conta dos subsídios, os que à conta dos subsídios compraram brutos carros em vez de máquinas em condições para a fábrica. E a lista poderia ser interminável. O que tenho a dizer é: era previsível. Não souberam defender-se, agora aguentem-se.