6/28/2005

Os Fragas

Durante uns anos nutri alguma simpatia pelo Fraga galego. Confesso que apenas porque todos os Fragas que conheço são óptimas pessoas. Mas depois cresci, aprendi a muito custo que os comunistas não comem criancinhas, que os judeus afinal não são bonzinhos e batem nos filhos e que o Prado Coelho afinal não é muito esperto (melhor, é um espertalhão de primeira, o sacaninha). E aprendi, a um custo ainda maior, que há Fragas menos bons. (Já tinhamos visto que não há Fragas maus.) O Fraga lá dos galegos então era assim um velho que tem ar de apalpar as sobrinhas-netas e mastigar de boca aberta. Mas isso não implica que tenha ficado contente com as eleições na espanha mais portuguesa. (Ai, Jesus!) Isto só por uma razão... pequenina, dizem os meus amigos mais canhotos... É que afinal o PP do Fraga galego, o PP do Rajoy que não sabe dizer os Jotas, o PP que se envergonha quando o Aznar é recebido na Casa Branca como chefe de Estado já não o sendo, o PP da Doña Ana e seus desvarios como consejal, o PP da Constanza Aguirre e do seu cabelo à Ana Bola no tempo da Mulher do Senhor Ministro, enfim, foi o partido mais votado nas eleições galegas. Pois é. Mas uma aliança bastou para a esquerda tomar conta daquilo tudo. E o Fraga babão lá foi cuidar das orquídias para a finca. Gostava agora de ouvir dizer as mesmas coisas que se disseram das coligações da direita, das vitórias à rasca do Bush, etc e tal. Pois é.

Mas estou contente com a saída do velhadas. Aquela ditadura era um bocadito inadmissível, ainda que tantas perdurem na España democrática pós-pós-transición. Mas é que gostava ouvir... assim... os barnabés sobre o assunto.

PS - Hugo Real, também gostava de ouvir uma opinião tua. Já não discordamos há algum tempo.

4 Comments:

Blogger Joana said...

Sabes que gosto do PP espanhol. Tem um je ne sais quoi que me lembra a minha infância... Os valores que defendem na praça pública foram os mesmos que me cercavam enquanto cresci ( e se há coisa de que tenho certeza é de que fui uma criança feliz...). Claro que na minha família não há relações obscuras com tráfico de armas (o Agag, genro do Aznar, que trabalhou anos como alto quadro do BPN em Londres, consta que está nisso até à medula). Mas não consigo antipatizar muito com eles, está-me nos genes, diria...

12:12 da tarde  
Blogger Bruno Braz said...

Uma quê?! Os nomes que tu arranjas para as coisas é de uma arte extraordinária. Aquilo é de "consenso" porque maiorias não houve. Ou tens outra análise para os números eleitorais? Vais também dizer-me que se governa melhor quando tem de se fazer favores a duas facções do que quando só há um grupo da rapaziada a agradar. Para já não falar do facto sui generis que é ter uma coligação entre um partido que obedece à direcção partidária em Madrid como também à Moncloa e outro partido nacionalista, portanto contrário ao poder central. Quero ver quanto tempo vai durar esta coligação. Depois falaremos.

7:39 da tarde  
Blogger Bruno Braz said...

É uma discussão estéril: sempre que há Bloco, primos do bloco e afins pelo meio a discussão entre nós não avança. Pode ser que com as garrafas de vinho de amanhã à noite cheguemos a um... consenso, palavra que tu tanto gostas e que tantas vezes confundes com democracia. ;)

2:56 da tarde  
Blogger Bruno Braz said...

O CDS não é de extremos. o PP nem se sabe bem o que é! Mas sim senhor, parabêns: assumiste que o teu discurso era faccioso.

4:27 da tarde  

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