Estava em modo
zapping-matinal, depois do café com leite (do pão e dos cereais com leite e morangos - sim, sou bom garfo ao piqueno-almoço, o que é que tem!?), e de repente, na RTP Memória (where else...) lá estavam eles: Eládio Clímaco e acompanhante vestidos à realeza medieval, microfone em punho. Eram os Jogos sem Fronteiras, directamente da Batalha. Quer dizer: logo aí emocionei-me. Emocionei-me! Os Jogos sem Fronteiras!!, essa miticidade ambulante dos nossos oitentas, dos jantares de Verão no Algarve em restaurantes quentes com tv incorporada e som estridente.
Entrou a equipa da República Checa (com equipamento fuchsia), a Grécia (vestindo azul-claro), a Hungria (em tom de amarelo torrado), Malta (cor-de-rosinha), Itália (azul-escuro), todos agitando orgulhosas bandeiras, alguns esboçando gritos de vitória, sorridentes todos eles.
Até que entrou a equipa de Vila Real. Vinham de equipamento verde da Adidas. Alguns traziam mascotes em forma de peluches. Tinham o brilho da nacionalidade nos olhinhos. E eu (de verdade) fiquei tão contente por nós... Antevi o Eládio Clímaco a rever a tabela dos pontos no final de cada prova, antevi a sua exaltação constatando que a equipa portuguesa saltava de nenúfar em nenúfar!, era quem metia mais bóias no cesto e passava o testemunho em tempo recorde!...
Emocionei-me, caramba. Há referências que nos ficam. Ser Português não se explica - sente-se.
E posso estar a ser injusta, mas cá para mim um cidadão de Malta a quem lhe apareça pela frente os Jogos sem Fronteiras após o pequeno-almoço não vai sentir nada. Nem sequer aquela emoção de ser maltês.